quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Um Almoço Com Amigos

Era meio dia, sexta feira nublada. Meus amigos e eu fomos almoçar, como de costume, num restaurante perto da empresa onde trabalhamos. O lugar, embora estivesse bem cheio, estava muito agradável. Sentamo-nos à mesa e fizemos os nossos pedidos.
Meus amigos sempre foram mais sortudos com as mulheres - acho que porque são mais altos do que eu. Um atípico evento ocorreu naquele dia. O garçom, moreno claro e de baixa estatura, chegou perto de mim e me entregou um guardanapo dobrado. Ele apenas falou que pediram a ele o favor de entregar para mim o tal guardanapo. Perguntei-lhe se foi uma mulher e ele apenas balançou a cabeça afirmando que sim.
Meus amigos logo se animaram e vieram para cima de mim a fim de verem o que era. Eu, todo sem jeito, abri. Havia algo muito curioso escrito - Gostei das tuas mãos. - Todos riram e disseram ser algo escrito por uma pervertida.
Confesso que, embora ninguém houvesse dito aquilo para mim antes, achei interessante a observação. Se para meus amigos aquilo soava esquisito, para mim, tratava-se de uma mulher apenas diferente das demais.   
Não pensei duas vezes, respondi ao recado com uma pergunta: "Por quê?" e fiz o mesmo que ela entregando o bilhetinho ao garçom para que o devolvesse. Deve você imaginar agora que eu observei atentamente aonde o garçom iria para ver se descobria quem era a mulher, não é? Pois é! E não apenas eu, mas meus amigos também ficaram curiosíssimos e na maior agitação.
Infelizmente, não tava nada fácil de se decobrir, pois o restaurante estava muito cheio, como disse. E, mais uma vez, vem ele com outro bilhetinho com a resposta à minha pergunta: "Porque parecem mãos de músico e isso é muito sexy." Ao ler para os meus amigos, eles disseram que não era uma mulher pervertida, mas uma bruxa. Você deve se perguntar por que. Eu lhe direi: embora não seja minha profissão, pois sou engenheiro, toco piano!
Mesmo embaraçado com tudo aquilo, desejei, de todo o meu coração, saber que mulher seria. Olhei em volta, vi uma mulher sentada sozinha, virei para meus amigos e disse: gostaria que fosse aquela vestida de vermelho, pois é a mais incomum dentre tantas presentes.
Nosso diálogo, através do garçom, foi mais ou menos assim:
-Qual o teu nome? Perguntei-lhe.
-Prefiro dizer que sou "uma mulher que é feita de música, luar e sentimento."*
-Gostas de homens mais maduros? (porque só havia mulheres jovens no lugar).
-Sim. Gosto de homens maduros cujas rugas desenhadas em suas faces tem histórias inimagináveis a contar. Cujos cabelos prateiam e emolduram seus sorrisos francos.
(...)
Nem mencionarei todas as coisas lindas que ela me escreveu. Prefiro guardá-las só para mim.
Não sei se foi a mulher de vermelho que me escreveu, mas, curiosamente, depois de sua saída, os bilhetes não chegaram mais.

* Verso de "Soneto de Corifeu" - Vinícius de Morais

Um comentário:

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