segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Por entre os livros

Era uma tarde de quarta-feira, a garota foi a uma grande livraria, uma dessas bem conhecidas, sentou-se num cantinho e pôs-se a ler versos de Vinícius de Moraes. Emocionada, pinguinhos rolavam na sua face rosada, coisa de quem suspira, de quem deseja desejar.
Um rapaz alto e de pele alva, que vestia uma camisa de mangas compridas branca e uma camiseta verde sobreposta, olhos e cabelos castanhos,  passou por ela e não deixou de notar que a moça chorava. Não disse palavra alguma, apenas olhou-a. A moça, por sua vez, percebeu que seria melhor sair dali para evitar "constrangimentos". Depois de olhar algumas prateleiras, decidiu ir para a seção infantil, pois talvez lá houvesse algo de alegre que lhe estampasse um sorriso.
Chegando lá, encontrou o jovem que a viu chorar instantes atrás. Ela ignorou o que havia acontecido e, um livro, em especial, mostrou-se a ela, como que por mágica brilhando em meio aos demais, "O Pequeno Príncipe". O livro era nada mais, nada menos do que o de estimação da garota. Nem pensou e já foi pegando-o para ler. Como conhecia o livro de trás para frente, pinçou apenas as partes de que mais gostava e, sem que se desse conta, seus pinguinhos de sentimentos rolavam outra vez.
O jovem rapaz, como se era de esperar, começou a observar a moça, meio inquieto, obviamente. Levantava-se, saía, voltava, mas sempre assistindo à cena. A garota, diferentemente da primeira vez, já não se incomodava com o possível constrangimento, pois, entregou-se a uma epifania jamais sentida.
O moço? Jamais o viu. Mas sabe que, para QUE TUDO ISSO SEJA belo, ela precisa ser cativada.


QUE TUDO ISSO SEJA lido:

Ambos do francês Antoine de Saint-Exupéry
"O Pequeno Príncipe"
"Terra dos Homens"